Vizinhança

Estou na residência que tem 14 andares, com certa de 25 quartos por andar por isso devem imaginar a quantidade de gente que por aqui anda. No entanto o nosso andar está bastante vazio o que sempre me agradou, acabaria por ser mais calmo (pensei eu!!).

Daqui consegui contar 5 Polacos, 1 Checo, 1 Iraniana, 1 Francês e outros dois que descoheço a nacionalidade.

Mas a coisa parece ser muito diferente! O quarto bem em frente ao meu é uma espécie de quarto do povo e para aqui vêm pessoas de outros andares (já pensei que quem fica nesse quarto anda a vender qualquer coisa!!). Pelo que percebo há certos andares muito propensos a festas e o meu é um deles, talvez por ser o último. No outro dia fui dar com o patamar da foto cheio de gente eram umas duas da manhã e durante a semana. Batem a porta com força, bebem (o que é estritamente proíbido aqui, e as meninas que para cá vêm, parece que têm todas o riso mais irritante do mundo). Para nós fica dificil de dormir.

Ontem a Bárbara resolveu deixar um papel na porta da frente a ver se a coisa acalma com uma mensagem muito pouco amigável "Shut the fuck up", estavamos na cama e ela saltatoda chateada.. Eu disse-lhe que era melhor não, a fazer qualquer coisa seria ir lá pessoalmente bater à porta e dizer-lhe que já faziam melhor barulho, mas ela num estalar de dedos já tinha lá colado o papel. Ora, se eu estivesse numa residencia cheia de "amigos" e a beber não seria um papel que me iria fazer parar. E pronto, mal viram o papel ainda foi a risota entre eles e hoje tinhamos o papel colado no nosso quarto.

Já percebemos que é a comuniade Polaca que são às dezenas por aqui que se junta em grandes festarolas. Hoje passamos pelo Francês e ao contrário do que é habitual nem sequer nos cumprimentou (olha um enfunado!!!)... acho que passamos a ser as ovelhas negras do piso. Isso na verdade é para o lado que eu durmo melhor. Eu não vim aqui para fazer amigos e como diz a Bárbara "troco a amizade pelo silêncio". Lembrei-me então do Duro, e resolvi que se assim é começo eu a bater com as portas quando estão eles a dormir durante o dia. E espero que a coisa fique por aqui. No outro dia mandei dois berros a um que ele nem sabia onde se havia de meter por causa cá de umas tretas e vocês sabem que eu sou um doce de pessoa até me pisarem os calos... que não me venham chatear agora a uma semana de eu me ir embora (e muito menos porque esta gente nunca pareceu ir muito com a cara dos portugueses, portanto!).